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2012 - Livro Vermelho 2013

Southbya organensis Herzog CR

Informações da avaliação de risco de extinção


Data: 06-08-2012

Criterio: B2ab(ii,iii)

Avaliador: Tainan Messina

Revisor: Miguel d'Avila de Moraes

Analista(s) de Dados: CNCFlora

Analista(s) SIG:

Especialista(s):


Justificativa

A espécie é endêmica de Florestas Ombrófilas Densas e Campos de Altitude. Com AOO restrito a 4 km² e apenas uma situação de ameaça identificada, Southbya organensis e sua região de ocorrência sofrem ameaças decorrentes de processos urbanos como transformação do habitat em atividades agropecuárias, favelização das áreas e queimadas provocadas.

Taxonomia atual

Atenção: as informações de taxonomia atuais podem ser diferentes das da data da avaliação.

Nome válido: Southbya organensis Herzog;

Família: Arnelliaceae

Mapa de ocorrência

- Ver metodologia

Informações sobre a espécie


Notas Taxonômicas

Descrita originalmente na obra Memoranda Societatis pro Fauna et Flora Fennica 25: 53. 1949.

Dados populacionais

Com base nos registros de coleta para o território brasileiro, a espécie possui somente uma população, conhecida do material-tipo coletado nas proximidades do Morro Açu, Parque Nacional da Serra dos Órgãos (CNCFlora, 2011).

Distribuição

A espécie é endêmica do Brasil, ocorrendo exclusivamente no Estado do Rio de Janeiro (Costa et al., 2012). É considerada um endemismo restrito do Estado do Rio de Janeiro, sendo conhecida somente pela coleção-tipo realizada na Serra dos Órgãos. Foi registrada em altitudes que variam entre 1500 e 2500 m (Santos; Costa, 2010). Testemunhos recentes sugerem uma distribuição mais ampla deste táxon, com registros realizados no Perú (Blockeel et al., 2007) e Equador (Costa, com. pess.).

Ecologia

A espécie ocorre em Florestas Ombrófilas Densas (Costa et al., 2009) e Campos de Altitude (CNCFlora, 2011) associados ao domínio fitogeográfico Mata Atlântica (Costa et al., 2012).

Ameaças

1 Habitat Loss/Degradation (human induced)
Severidade high
Detalhes Segundo Hallinbäck; Hodgetts (2000), perda e degradação de habitat são as mais sérias ameaças às briófitas em todo o mundo. A degradação reduz a qualidade do habitat, causando o desaparecimento das espécies sensíveis; já a fragmentação conduz ao isolamento das comunidades de briófitas, visto que a dispersão e a reprodução são diretamente afetadas. Além disso, a fragmentação e destruição do habitat representam as maiores ameaças para espécies com distribuição restrita ou endêmica (Costa; Santos, 2009), como G. liebmannianus.

1 Habitat Loss/Degradation (human induced)
Severidade medium
Detalhes Rocha et al. (2003) destacam que, apesar dos remanescentes florestais do Estado do Rio de Janeiro (onde a espécie ocorre) estarem relativamente protegidos por unidades de conservação (SNUC), ainda estão sob forte pressão de degradação em seu entorno e área interna, devido ao desmatamento para pastagens e culturas, urbanização, favelização, fiscalização insuficiente das unidades de conservação, comércio ilegal de espécies da fauna e flora, retirada de madeira e introdução de espécies exóticas.

1.4 Infrastructure development
Incidência local
Severidade high
Detalhes O Parque Nacional da Serra dos Órgãos, considerado a segunda unidade em importância para a brioflora de hepáticas do estado, tem como principais ameaças a presença da BR-116 cortando sua área, projetos de instalação de empreendimentos incompatíveis com a conservação da biodiversidade (gasodutos, estações de rádio e de telefonia móvel, etc.), moradias irregulares dentro e no entorno e produção rural em áreas não regularizadas (IBAMA, 2007)

1.7 Fire
Severidade high
Detalhes O fogo representa uma ameaça as espécies que ocorrem acima da cota de 1600 m de altitude no estado do Rio de Janeiro, especialmente aquelas que ocorrem em áreas de campos de altitude (Aximoff, 2011).

Ações de conservação

1.2.1.2 National level
Situação: on going
Observações: A espécie consta no Anexo I da Instrução Normativa nº 6, de 23 de setembro de 2008 (MMA, 2008), sendo, portando, considerada oficialmente ameaçada de extinção. A espécie foi considerada "Criticamente em perigo" (CR) em avaliação empreendia pela Fundação Biodiversitas (2005); Costa; Santos (2009) também consideraram a espécie "Criticamente em perigo" (CR).

Referências

- MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE. Instrução Normativa n. 6, de 23 de setembro de 2008. Espécies da flora brasileira ameaçadas de extinção e com deficiência de dados, Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, Poder Executivo, Brasília, DF, 24 set. 2008. Seção 1, p.75-83, 2008.

- COSTA, D.P.; PERALTA, D.F.; SANTOS, N.D. Hepáticas in in Lista de Espécies da Flora do Brasil. Disponivel em: <http://floradobrasil.jbrj.gov.br/2012/FB097186>. Acesso em: 10 maio 2012.

- IBAMA. Parque Nacional da Serra dos Órgãos, Plano de Manejo. Análise da Unidade de Conservação, Rio de Janeiro, p.117, 2007.

- COSTA, D.P.; SANTOS, N.D. Conservação de hepáticas na Mata Atlântica do sudeste do Brasil: uma análise regional no estado do Rio de Janeiro. Acta Botânica Brasilica, v. 23, n. 04, p. 913-922, 2009.

- COSTA, D.P.; IMBASSAHY, C.A.A.; SILVA, V.P.A.V. Diversidade e importância das espécies de briófitas na conservação dos ecossistemas do estado do Rio de Janeiro. Rodriguésia, v. 56, n. 87, p. 13-49, 2005.

- COSTA, D.P. Briófitas - Musgos. In: STEHMANN, J.R. ET AL In Plantas da Floresta Atlântica. 2009.

- AXIMOFF, I. O que perdemos com a passagem do fogo pelos Campos de Altitude do estado do Rio de Janeiro?. Biodiversidade Brasileira - Número Temático: Ecologia e Manejo de Fogo em Áreas Protegidas, v. 1, n. 2, p. 180-200, 2011.

- BLOCKEEL, T.L. ET AL. New national and regional bryophyte records, 17. Journal of Bryologist, v. 29, n. 4, p. 277-283, 2007.

- SANTOS, N.D.; COSTA, D.P. Altitudinal zonation of liverworts in the Atlantic Forest, Southeastern Brazil. The Bryologist, v. 13, n. 3, p. 631-645, 2010.

- HALLINGBÄCK, T.; HODGETTS, N. Mosses, liverworts & hornworts: a status survey and conservation action plan for bryophytes, Gland, IUCN, 2000.

- ROCHA, C.F.D. ET AL. A biodiversidade nos grandes remanescentes ?orestais do estado do Rio de Janeiro e nas restingas da Mata Atlântica, RiMa, São Carlos, SP, 2003.

- COSTA, D.P. Comunicação da especialista Denise Pinheiro da Costa, do Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro (RJ), para o analista de dados Eduardo Fernandez, Pesquisador do CNCFlora, em 15/10/2012, 2012.

- FUNDAÇÃO BIODIVERSITAS. Revisão da lista da flora brasileira ameaçada de extinção. Belo Horizonte, MG: FUNDAÇÃO BIODIVERSITAS PARA A CONSERVAÇÃO DA NATUREZA, 2005.

- AXIMOFF, I. O que perdemos com a passagem do fogo pelos campos de altitude do estado do Rio de Janeiro. Biodiversidade Brasileira - Número Temático: Ecologia e Manejo de Fogo em Áreas Protegidas, v. 1, n. 2, p. 180-200, 2011.

Como citar

CNCFlora. Southbya organensis in Lista Vermelha da flora brasileira versão 2012.2 Centro Nacional de Conservação da Flora. Disponível em <http://cncflora.jbrj.gov.br/portal/pt-br/profile/Southbya organensis>. Acesso em .


Última edição por CNCFlora em 06/08/2012 - 14:03:44